segunda-feira, 19 de maio de 2008

V Congresso da USP - Carta de Ação

GRUPO PARADIGMA

CARTA DE AÇÃO PARA O V CONGRESSO DA USP


Contra o Aparelhamento do Movimento Estudantil: As pautas estudantis devem zelar pela sua independência frente aos Partidos Políticos, devendo as demandas serem orientadas apenas pela vontade dos estudantes. Essa proposta tem por objetivo se contrapor à posição já solidificada no Movimento Estudantil de influência dos Partidos Políticos, que financiam e controlam as atividades de diversos grupos políticos estudantis, tanto na definição de pautas a serem defendidas quanto na de ações a serem tomadas. Assim, o Movimento Estudantil acaba refém de objetivos a ele alheios e naturalmente parciais. Perde-se a capacidade crítica genuína, pois a submissão a tais grupos impede a opinião desvinculada, compromissada apenas com o melhor para a Universidade. Afirmamos nossa posição de acreditar em práticas estudantis independentes do aparelhamento partidário, devendo todos pensar a Universidade como alunos, de maneira livre e construtiva.

Contra as Diretas para Reitor: As eleições diretas não alteram de maneira democrática o quadro de poder na Universidade, já que apenas desloca dos professores aos alunos o poder decisório, preservando uma visão incompleta do conjunto da Universidade. A eleição, tradicionalmente defendida no modelo de “uma cabeça, um voto”, apresentaria uma esmagadora maioria dos estudantes. Os estudantes, como cada um dos setores, representam apenas uma parte dos anseios e necessidades da Universidade, só sendo possível qualquer mudança real com a harmonização de todas as visões e interesses. Além disso, as diretas trariam o perigo de uma negativa politização da relação professor-aluno, com fins eleitorais, subjugando-se o interesse público inerente à Universidade em troca de votos. Dessa maneira, defendemos sistemas que caminhem na direção de uma maior abrangência e participação dos setores de maneira igualitária.

A favor de uma maior democratização dos espaços deliberativos da USP: Acreditamos que para uma Universidade efetivamente democrática é preciso um incremento da participação dos setores hoje subjugados – alunos e funcionários – nas instâncias de decisão da Universidade. Essa participação deve, entretanto, se atentar aos limites e interesses de cada setor; de modo que decisões de nossa Universidade fiquem protegidas do mero arbítrio político. Acreditamos que uma real democracia não pode se limitar à participação, mas também a um intenso trabalho de publicidade das decisões e de transparência da estrutura organizacional de nossa Universidade, principalmente de modo a estimular uma efetiva participação, além da mera divulgação formal. Portanto, o grupo fará intenso trabalho para que as propostas de participação e publicidade das informações dentro das instâncias de nossa Universidade sejam defendidas no V Congresso.

A favor da discussão qualificada sobre Fundações: Essas não são por natureza prejudiciais nem benéficas à USP. É preciso uma discussão em concreto, investigando se os interesses das Fundações estão alinhados aos da Universidade. É preciso compreender que as Fundações que se relacionam com esta ou qualquer outra Universidade e participam do processo de pesquisa, ensino e extensão, não devem condicionar a Universidade a seus interesses, mas sim se alinhar aos dessa. É preciso que ocorra um equilíbrio de benefícios na relação entre as Fundações e Universidade de modo que se alinhem os interesses da Fundação com os princípios e valores de uma Universidade Pública. Se assim o for, deve ser estimulada a sua participação na Universidade, e um necessário afastamento em caso contrário. Acreditamos que para realizar essa avaliação é preciso, principalmente, maior transparência na relação entre Fundações e a USP, para que seja possível efetivamente averiguar como se estabelece tal vínculo.

A favor da reformulação das grades curriculares de maneira responsável: Acreditamos que é adequado e importante se pensar em adaptações às demandas modernas da sociedade em cada curso. Contudo, entendemos que as mudanças devem ser realizadas considerando as necessidades verificadas pelos próprios cursos. Nesse sentido, é de especial interesse a realidade de nossa Academia; que está em fase de implementação e avaliação de uma nova grade. Cremos que, antes de uma “reformulação geral das grades dos cursos”, é mais importante pensar na instituição em cada Unidade, de uma Comissão Permanente de Acompanhamento das grades curriculares já existentes, para que as eventuais mudanças possam ser realizadas de maneira efetiva e adequadas.

Cartaz - Diário do V Congresso

DIÁRIO DO V CONGRESSO



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do Grupo Paradigma, com atualizações diárias das atividades e
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Eleições dias 19 e 20 de maio, das 9h às 13h no período da
manhã e das 18h às 22h no período da noite.

 

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