sexta-feira, 19 de junho de 2009

Dossiê UNIVESP

Dossiê UNIVESP
Buscando trazer informações, de maneira sucinta e qualificada, acerca do projeto UNIVESP (o que é, quais são suas origens e objetivos, como será implementado, bem como críticas a seu respeito), o Grupo Paradigma desenvolveu, através de pesquisas (buscando principalmente acesso a dados e informações oficiais), o seguinte texto. Procuramos o projeto oficial da UNIVESP, mas não foi obtido acesso a ele.
Desde a universalização do ensino básico e médio, o sistema educacional brasileiro lida com uma demanda cada vez maior em termos de vagas e qualidade do serviço prestado, um quadro cuja complexidade finca raízes na escassez de recursos destinados à educação e que é agravado pelo quesito formação profissional dos docentes. Revela o Censo de 2005 que, no Estado de São Paulo, de um total de 66.453 professores do ensino infantil, 36% deles, ou 24.175, não possuíam ensino superior. Já na rede fundamental, 27,2% (34,4 mil) estavam na mesma situação, em um universo de 126.650 docentes. Há, pois, uma flagrante carência de professores de ciências e de Língua Portuguesa, carência esta relacionada com a própria insuficiência de vagas para a formação de tais profissionais e com o limitado alcance físico das instituições de ensino superior.

Tendo em vista este cenário, a Secretaria de Ensino Superior estadual concebeu o Programa de Expansão de Vagas no Ensino Superior, batizado de UNIVESP, ou Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Trata-se de um “consórcio acadêmico-tecnológico” que tem como objetivo articular as já instituídas bases das estaduais paulistas com os novos meios de informação e comunicação, utilizando-se de mídias como a televisão e a internet para tentar expandir o ensino superior e promover a formação dos professores sem diploma. A iniciativa pauta-se no sucesso das universidades virtuais européias e norte-americanas, como a Open University, a Universidade de Phoenix e a de Hagen, na Alemanha. Busca, também, consonância com o Plano Nacional de Educação, instituído pela Lei federal nº 10.172, de 2001, e reiterado defensor da importância do ensino à distância diante da realidade brasileira. Estabelece o plano que “É preciso ampliar o conceito de educação a distância para poder incorporar todas as possibilidades que as tecnologias de comunicação possam propiciar a todos os níveis e modalidades de educação”, que “A televisão, o vídeo, o rádio e o computador constituem importantes instrumentos pedagógicos auxiliares” e, finalmente, que “os programas educativos podem desempenhar um papel inestimável no desenvolvimento cultural da população em geral”.

O Programa prevê a criação, em conjunto com a Fundação Padre Anchieta, da UNIVESP TV, canal aberto 24 horas que, nos moldes da TV Escola, alcançará tanto os alunos como aqueles que não estiverem formalmente matriculados na instituição. Serão utilizados os chamados "ambientes virtuais de aprendizagem", que tentam emular o espaço pedagógico da sala de aula e são um meio para a disponibilização de materiais educacionais. Haverá também fóruns virtuais, chats entre os alunos, aulas práticas realizadas em pólos ou unidades móveis e teleconferências com os docentes, totalizando uma carga horária que será idêntica à do curso presencial. As avaliações e as aulas de laboratório serão presenciais, sendo realizadas em pólos de apoio instalados nas universidades estaduais participantes, onde ocorrerá também parte do acompanhamento de estudos dos discentes. Ressalta-se que não haverá diferença entre o diploma de um curso presencial e o de um a distância.

A implementação ocorrerá em três diferentes módulos, tendo o primeiro como foco a formação de professores já em exercício nas redes pública e privada de São Paulo. Nele somente serão oferecidos os cursos de Licenciatura em Pedagogia e de Licenciatura em Ciências. O segundo módulo amplia tal oferta, abrangendo Matemática, Física, Química, Biologia e Língua Portuguesa, enquanto que o terceiro criará cursos de capacitação, extensão e especialização para os docentes que já possuírem um diploma de ensino superior. O governo pretende expandir a UNIVESP para o sistema de gestão de ensino, oferecendo, futuramente, cursos de mestrado e doutorado.

A UNIVESP tem sido alvo de fortes críticas por parte, principalmente, dos alunos e dos professores vinculados às universidades que prestarão a base institucional ao Programa. Defendem aqueles que os cursos à distância serão deficientes, trarão uma queda na qualidade de ensino superior por elas oferecido e privarão os alunos matriculados do convívio e da experiência que apenas um curso presencial é capaz de trazer. Os docentes possuem preocupações similares, exigindo “discussão ampla e democrática” a respeito dos seguintes pontos:


1) A indistinção entre ensino à distância e mera utilização de técnicas de informação e comunicação nas atividades didáticas;
2) a confusão entre conhecimento e acúmulo de informações;
3) a imisção entre formação e treinamento;
4) a ausência de acervo bem fundamentado sobre metodologias e técnicas de ensino à distância para efetiva formação crítica e autônoma, se é que isto é possível;
5) a adoção do ensino à distância – como política pública – de modo tão indiscriminado; e
6) a dicotomia entre ensino e pesquisa, em especial na educação superior. (ADUNESP, 2008).


Em nota oficial, a ADUSP – Associação dos Docentes da USP – expressou preocupação em relação a uma possível sobrecarga dos professores vinculados à UNIVESP, já que esta não prevê, inicialmente, novas contratações, e “opera com a idéia de ociosidade na jornada de trabalho docente” (ADUSP, 2008). A ADUNESP vai mais longe, ao criticar o Ante-Projeto de criação da Universidade Virtual por não tornar explícito o argumento “do ‘custo-benefício’ ou, dito de outra forma, do barateamento dos custos” relativos à formação de seus alunos, que, de acordo com a Associação, permeia todo o texto.
Bibliografia:
http://www.adusp/. org.br/noticias/ Informativo/ 272/inf27205. html (Informativo ADUSP - Associação dos Docentes da USP)
www.adunesp.org.br/colegiados/ 2008/Univesp.pdf ("A proposta da UNIVESP: Uma leitura Crítica") - ADUNESP - Associação dos Docentes da UNESP
http://www.unesp/. br/int_noticia_ 2imgs.php? artigo=2837 (matéria no Portal Unesp)
http://www.ensinosu/ perior.sp. gov.br/portal. php/univesp (Texto oficial da Secretaria de Ensino Superior de SP)
http://www.ensinosu/ perior.sp. gov.br/sis/ lenoticia. php?id=571 "UNIVESP: modelo amplia o acesso ao Ensino Superior" (texto de Fernanda Galgaro, da Folha de São Paulo, publicado em 03/10/2008) "
GRUPO PARADIGMA

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Diário da Greve - Quinta-feira, 18 de junho

Quinta-feira, 18 de junho.
Observações:

> Pela manhã, confirmou-se o boato da noite anterior de que se fecharia a Faculdade de Direito, feito sem qualquer aviso a não ser uma carta não assinada fixada em sua porta, com a justificativa de proteção do patrimônio público. Alunos, professores e demais pessoas, que chegavam para a realização de provas ou outras atividades, se concentraram no Largo São Francisco, em sua maioria indignados com tal medida. Ao passar do tempo, foi-se dispersando a concentração, sobrando poucos alunos e funcionários. A Diretoria do Centro Acadêmico não se mostrou presente em nenhum momento ao longo do dia a não ser por um aviso tardio em Informe Eletrônico, com a exceção de eventualmente circular pelo Largo sem se manifestar publicamente.

> Antes do ínicio da passeata passamos no Largo, havia poucos alunos presentes e duas viaturas com 2 policiais militares em cada estacionados nas proximidades. Por volta das 12h15min o número de policiais aumentou para 15 ou 20 reunidos e que passaram a discutir a logística de ação.
> 14h - Nos reunimos ao restante da passeata ainda em frente ao MASP, encontramos os participantes carregando flores, faixas e cartazes com os dizeres "Rodas=Ditadura", "Queremos diálogo", "Diretas para Reitor" e "Fora PM do mundo". Alguns manifestantes estavam fantasiados de monitores de computador em referência ao projeto da UNIVESP. A manifestação contou com a presença do Maracatu da FAU. > Durante todo o trajeto foram panfletados textos da UNE, Fórum das Seis, movimentos sociais e partidos políticos > 14h25min - A passeata se encontrava na esquina da Av. Paulista com a a Av. Brigadeiro Luís Antônio quando 2 garrafas de cerveja foram jogadas da janela de um dos prédios, uma delas atingiu uma manifestante, que foi levada a um hospital, a outra, felizmente, não acertou ninguém. > 15h15 - Chegada ao Largo. Inicia-se uma série de discursos no carro de som, que seguiriam por mais de 2h. Dentre os que discursaram estavam o Professor Fábio Comparato, o Deputado Carlos Gianazzi, o Deputado Ivan Valente e o sindicalista Claudionor Brandão.
> 15h45min - Ocorre breve discussão entre manifestantes e equipe de reportagem da Rede Globo.

> 18h30 Finalizados os discursos, alguns ônibus com a identificação 'sintusp' levaram os manifestantes para a cidade universitária. Alguns manifestantes colocaram fogo num cavalete, atitude que dificultou o fluxo do trânsito (o fogo estava próximo aos carros e o movimento de carros era intenso no Largo São Francisco, dado o horário). Alguns homens da Força Tática surgiram, afastando o fogo e liberando a passagem dos carros, resultando em alguma tensão entre os presentes, porém, sem que houvessem maiores consequências. Houve uma discussão entre os manifestantes, resultado da reprovação de alguns à continudade do tipo de atitude que aquele pequeno grupo vinha tomando.

> Além da citada acima, não foi observado nenhuma conduta desrespeitosa por parte dos manifestantes ou da polícia militar.
> 19 horas: Debate no auditório da Geografia na Cidade Universitária. Os professores convidados foram Luiz Renato Martins (ECA), Pablo Ortellado (FFLCH Filosofia) e Paulo Arantes (FFLCH Filosofia). O auditório encontrava-se cheio, porém não lotado. Os temas de maior recorrência na fala dos três debatedores eram relativos ao Poder da reitoria, principalmente no que tange à escolha do conselho universitário e a desmistificaçã o irreversível do espaço da USP após ação da PM – Universidade tornou-se espaço comum para aplicação da lei e ordem. Vale ressaltar posição de Paulo Arantes acerca desse último tema que levou à pauta o conceito de Estado Oligárquico de Direito. Nesse âmbito estaríamos na dualidade em que por um lado somos regidos pelo sistema Social e Penal e por outro o Ord. Jurídico (Mano dura do Estado).O Professor Luiz Renato Martins focou sua exposição na importância do Sintusp como agente político. Chegou a atribuir o mérito da ocupação da Reitoria de 2007 ao Sintusp, afirmando que os estudantes o fizeram num impulso, sendo o Sintusp quem teria organizado e mantido a ocupação, assim como quem teria encontrado o melhor desfecho quando já não havia mais condições políticas de sua manutenção. Os debatedores terminaram suas falas em torno das 21:30. Logo após, alguns estudantes se manifestaram quando se abriu espaço às perguntas. O que se viu, no entanto, foi a utilização desse momento para exposição de ideias próprias. Uma estudante contestou a posição do Professor Luiz Renato, afirmando que em alguns momentos o Sintusp passou por cima da organização estudantil. Retiramo-nos nesse contexto em torno das 22:15 com a plateia já bem esvaziada.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Diário da Greve na Cidade Universitária - Quarta-Feira, 17 de junho

Quarta-feira, 17 de junho.
Edifícios Visitados: Reitoria, História, Geografia, Sociais, Letras, ECA

Observações:

> Os eventos agendados para a quarta foram realizados no DCE ocupado, com o nome de Quarta Crusp, arte e cultura contra a repressão, a partir das 19h00 com a realização de uma oficina de percussão seguida por exibição de imagens da repressão policial na USP. Esses eventos foram seguidos de uma festa que contou com apresentação de dupla musical, funk da ECA e discotecage.

> Não foram avistados nenhum policial militar ou viatura, no entanto, um carro do exército passou pelo Campus.

> Soube-se de rumores de que o Comando de greve estudantial estaria dissolvido por não terem realizado a reunião que estava marcada para ontem nem remarcar para data próxima.

> Houve relatos de provocações por parte dos estudantes previamente ao confroto ocorrido na terça-feira, dia 9 de junho e de que, nesta data, existiria uma suposta ordem de prisão ao Brandão que foi apenas detido na ocasião.

> Não foi realizada nenhuma Assembléia Geral no período em que em que estivemos presentes.

> Pudemos perceber que não há preparação una para a passeata que deverá seguir do MASP ao Largo São Francisco na quinta-feira, dia 18 de junho.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Diário da Greve na Cidade Universitária - Terça-Feira, 16 de junho

Terça-feira, 16 de junho.
Horário de chegada: 17:00
Edifícios Visitados: Reitoria, História, Geografia, Sociais, Letras, ECA

Observações:

> Pela manhã, às 10h, Marilena Chauí e Antonio Cândido deram aula no prédio da História e Geografia, em repúdio à presença da Polícia Militar, em apoio à Greve, defendendo a necessidade de discussões profunda dos temas que a envolvem e de fazer-se divulgar os motivos das reivindicações. O evento contou com presença significativa de alunos.

> Pelas 19h30 ocorreria evento na Geografia organizado pela ADUSP, sob o tema "Os 75 anos da USP e o que queremos para os próximos 25". Por falta de tempo, não pudemos comparecer.

> Não foram avistados nenhum policial militar ou viatura.

> O Ato que sairia da Cidade Universitária e caminharia ao MASP não ocorreu.

> Soube-se antes de nossa chegada que foram realizadas manifestações em frente à Reitoria. No momento em que estávamos presentes, já não havia mobilização alguma. Folhetos de sindicatos, organizações estudantis, e entidades ligadas a partidos políticos estavam espalhados no chão com mensagens de protesto à Reitora Suely Vilela e à PM, de apoio à greve, de apoio à mobilização revolucionária de esquerda.

> Houve relatos de que na quarta-feira, 17 de junho, os grevistas (estudantes e funcionários) teriam entrado no Bandejão da Química, único que permanece aberto devido a terceirização de seus serviços, e impediram o acesso ao restaurante. Os funcionários terceirizados teriam se retirado e a comida teria sido servida aos participantes do protesto até que a empresa responsável fechasse o bandejão. Não se soube de qualquer outro dano, fora o desperdício de parte das refeições.

> Durante o tempo em que estivemos presente, a mobilização estava relativamente inexpressiva. Reuniões e eventos relacionados à Greve foram realizados em algumas unidades. Grande quantidade de cartazes e textos da ADUSP, SINTUSP, e estudantes, com mensagens pró-greve, anti-reitora, defentendo diretas para reitor e contra a PM.
A argumentação continava a mesma, não se apresentando qualquer evolução na discussão.

> ECA: Assembleia
Foi informado que professores de todas as unidades, com exceção da ECA, FFLCH e Educação assinaram uma mensagem de apoio à Reitora.
Um professor e antigo aluno da ECA discursou o crescimento da campanha contra a Reitora Suely Vilela. Teorizando que a organização do Poder no Brasil continua ditatorial mesmo após a democratização, defendeu que a "repressão" na Universidade faz parte da "campanha presidencial" do Governador Serra. Relatou sua experiência no movimento estudantil enquanto estudante (1973 a 1978). Acredita que há uma manutenção da direita no Poder, inclusive na USP, e que após golpes políticos estão hoje "saindo do armário". Neste momento, passa a discutir a política dos últimos reitores, opinando que a Suely Vilela não sabe se expressar e é fraca como representante da direita, e ressalta a existência de pessoas por trás dela muito mais hábeis, citando nominalmente João Grandino Rodas. Aqui, o critica e o responsabiliza pelos acontecimentos "repressivos" que vêm acontecendo na USP (relembrando o episódio de 2007, da Tropa de Choque na Faculdade de Direito do Largo São Francisco), defendendo a importância de participar da manifestação quinta-feira, que sairá do MASP e caminhará ao Largo São Francisco. Num discurso ideológico agressivo, exalta que as últimas medidas contra a Greve é um sinal de que a direita está se sentindo acuada, que toda a questão tem dimensão do Estado de São Paulo, e que os momentos difíceis exigem perseverança

Cartaz - Repúdio à Política do Vazio

Repúdio à Política do Vazio
No dia 14 de junho, em Informe Eletrônico Extraordinário, a atual Gestão do Centro Acadêmico “XI de Agôsto” divulgou “Nota de Repúdio à atuação da Polícia Militar na Cidade Universitária no dia 09 de junho de 2009”. Nela, a entidade representativa dos alunos do Largo São Francisco faz considerações sobre um confronto entre manifestantes em passeata no Campus Butantã e a Polícia Militar no Campus Butantã.

A nota aborda o conflito numa forma em que, à primeira vista, propõe-se condenar a ação policial no campus – chamando-a de “desproporcional” bem como “subvertido para o uso de práticas autoritárias” - e acaba em uma crítica superficial, abusando de lugares comuns e de um discurso politicamente correto dos mais pasteurizados possíveis, muito próprio do vácuo que rege o conteúdo político do Movimento Resgate Arcadas.

Mesmo tentando repudiar a polícia, chama os manifestantes de “imprudentes”, tecendo comentários sobre a necessidade de “renovação do movimento estudantil” e “racionalização de suas demandas”. Ainda, fala do uso de “caminhos legais para a retirada da polícia”, em um uso ingênuo do que seria uma atuação político-jurídica, o uso do conhecimento jurídico para agir politicamente, linha de atuação sempre defendida pelo Grupo Paradigma e sempre olhada com desprezo por aqueles que agora parecem querer utilizá-la.

Tal nota é um completo desacerto. E por várias razões. É uma manifestação unilateral da diretoria do Centro Acadêmico. Não houve construção alguma com os alunos, e não só sobre a presença da PM no Campus – já presente há dias no local –, mas sobre toda a greve dos funcionários ou mesmo demandas estudantis, após a seqüência de erros que foi a última Assembléia Geral do Centro Acadêmico em 14 e 15 de maio de 2009. Toda a movimentação no Campus foi completamente ignorada pela Gestão, que falhou ao deixar de informar aos seus associados o que lá se passava.

Pior, ao sair de seu absoluto e conveniente silêncio, o fez sem consultar a qualquer aluno. Para um partido político como o Resgate, que diz defender a “representatividade” por meio da “máxima participação” com urnas no Pátio, tal ação (reiterada diga-se por sinal) demonstra séria incoerência política. Ou talvez apenas coerência com seu principal objetivo: nunca desagradar e não possuir qualquer responsabilidade política sobre as posições que assume enquanto grupo Gestor do C.A. XI de Agosto. A nota então, que “fala muito e diz pouco”, cumpre o seu papel. Professa um posicionamento tão vazio quanto quem diz se posicionar.

Por fim, o Grupo Paradigma se propõe a mais. Ao invés da mera critica a um movimento estudantil que precisa ser renovado, vamos participar de suas atividades. Se for para usar do direito, vamos fazê-lo de maneira concreta, analisando efetivamente as condições e suas possibilidades, não por meio de simples alusões aos mecanismos do Estado de Direito. Afinal, essa idéia nunca deixou de pautar a atuação política do Grupo Paradigma.

Dessa maneira, não só estaremos lá, como também nos comprometemos a informar aos alunos das movimentações ocorridas na Cidade Universitária, por meio de nosso blog. Vamos também explorar e discutir assuntos pertinentes à situação, tanto em seus espectros jurídicos quanto políticos.

Fica o compromisso.


Confira – “Diário da Cidade Universitária”!
Saiba o que ocorre e as nossas idéias
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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Diário da Greve na Cidade Universitária - Segunda-Feira, 15 de junho

Segunda-feira, 15 de junho.
Horário de chegada: 14:55
Edifícios visitados: Reitoria, História, Sociais, Letras, Geografia, FAU, ECA, FEA.
Observações feitas ao longo do dia:
> Ao longo da tarde, não havia policiais militares no Campus, com exceção de uma viatura em frente a uma das entradas da Reitoria.
> Havia pouquíssima mobilização visível de estudantes para a greve.
> Pauta da Greve e a Polícia Militar:
Da visita, pôde-se confirmar a percepção geral de que a Greve dos Estudantes não compreende uma pauta clara. Isto se refletiu no baixo interesse dos estudantes nela até a presença da Polícia Militar no Campus e seu confronto com os estudantes. Houve relatos de que a Polícia Militar esteve presente na Cidade Universitária e se movimentando dentro dela, o que evidenciaria que não estaria ali apenas cumprindo ordem judicial de reintegração de posse, e que ultrapassou os limites de tal ordem durante o confronto, chegando a ferir estudantes que não estavam envolvidos.
> UNIVESP:
Dentre às 15h e 17h foi realizado na unidade de Ciências Sociais um grupo de estudos sobre a UNIVESP, organizado por alunos que acreditam não haver discussão suficiente sobre o tema de maneira que fosse possível desenvolver uma proposta concreta a se reivindicar em greve. Buscaram, com isso, trazer professores ligados à ao projeto da UNIVESP para que o explicassem bem como a sua implantação, apresentando a real situação da proposta.
Durante o evento, explanou-se o seguinte:
Trata-se, em origem, de uma atualização de professores de Ensino Médio.
Existe a proposta, ideia de um grupo de professores, de um projeto piloto no qual se acompanhariam as experiências na implantação da UNIVESP, estudando seus limites e possibilidades.
É um projeto de Educação à Distância, que em nada significa a substituição da sala de aula, mas da estruturação de um outro formato pedagógico.
> Calendário de Greve da FAU:
15.06: 18h Assembleia Geral na Reitoria
16.06: 9h Debates sobre PM no Campus; 12h Concentração para Ato na Paulista.
17.06: 9h Debate UNIVESP; 14h Assembleia FAU
> Assembleia Geral do DCE:
Marcada para as 18h, houve confusão quanto ao lugar previamente deliberado para que ocorresse, e popôs-se fazer informes em outras faculdades para que mais pessoas comparecessem, fazendo com que a Assembleia se iniciasse por volta das 20h. A mesa eleita foi do DCE.
Informes passados:
Realização de ato na Geografia organizado pela ADUSP e SINTUSP juntos, às 10h do dia 16 de junho.
Realização de debate chamado pelo SINTUSP no prédio da História, às 14h do dia 17 de junho.
Realização de evento na quinta-feira que sairá do MASP e irá até a SANFRAN, sem especificação de horário.
Informe sobre a greve nas unidades.
Ato-show, na próxima sexta, com a presença de Tom Zé, em apoio à greve e repúdio à ação da PM.
Com o fortalecimento da luta muitos falaram em prol de ampliar as pautas e ampliar o embate, até mesmo, na sua nacionalização.
Discutiu-se superficialmente a estrutura da universidade.
Infelizmente, não foi possível presenciar a Assembleia até o começo das deliberações. Não houve intervenções enquanto esteve-se presente.
Três viaturas da PM vigiavam a reunião em rotatória próxima ao final da rua da Reitoria. Percebeu-se ao longo da reunião uma grande deficiência a respeito de questionamentos ou informações a respeito da estrutura de poder da USP e de conhecimentos mínimos a respeito de seu estatuto. Há também muita desinformação a respeito da UNIVESP.

 

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