terça-feira, 30 de junho de 2009

Diário da Greve na Cidade Universitária - Terça-Feira, 30 de junho

Terça-feira, 30 de junho de 2009.
Assembleia Geral dos Estudantes da USP, em frente à Reitoria
> Às 19h25 teve início a Assembleia. A reunião foi marcada por hostilidades vindas de todas as partes, e direcionadas em sua maioria à mesa. Durante o desenrolar, rixas partidárias também ficaram evidentes.
> Informes:
A maior parte tratou do aviso de assembleias, reuniões e discussões que ocorreram e ocorrerão nas Unidades.
Psico: Estudantes da unidade redigiram nota de repúdio à assinatura de professores por apoio às medidas adotadas pela reitora Suely Vilela. Foi dito que a unidade vê de forma negativa a recusa de negociação com a Reitoria estando a PM presente, manifestando enxergar na negociação boa oportunidade de obter vitórias e repudiar uma atitude radical de negá-la pela condição posta pela Reitoria.
Artes Cênicas: de acordo com posicionamento tirado em Assembleia Geral da Unidade, continuará em Greve durante as Férias.
Terapia Ocupacional: realizou leitura de texto, em que trouxe a problematização dos inconvenientes desconstrutivos e desmobilizadores de Assembleias reinadas por disputismos políticos por parte de grupos organizados.
FAU: de acordo com posicionamento tirado em Assembleia Geral, cessará a Greve. A representante fez o aviso, ressaltando que isso ocorreu graças à presença de diversos alunos da "direita" que estavam no edifício para entrega de trabalhos finais de semestre, que então se organizaram para participar da votação e vetar a continuação da greve. O funcionário Anibal esclareceu os motivos do fim da greve dos funcionários: diversas questões foram negociadas numa reunião não contínua e,em quase todas as etapas, houveram avanços significativos (entre os exemplos dados: reajuste salarial, obtenção de auxílio-educação exclusivo para pais de deficientes, aumento do auxílio-refeição). Satisfeitos com os avanços, os funcionários, em Assembleia, votaram massissamente a favor do fim da Greve (os números passados foram: 8 abstenções, 8 a favor da manutenção da greve, e os demais a favor do fim desta).
> Falas:
Após votação sobre a forma de seleção do número expressivo de inscritos nas falas, deu-se início a esta parte da reunião. Os argumentos foram muito parecidos, defensores do fim da greve diziam que foram obtidas vitórias significativas, que as férias desmobilizariam os estudantes, e que sua continuação desmoralizaria o movimento estudantil; aqueles contra o fim da greve defendiam que ainda não houveram quaisquer vitórias, que o que desmoralizaria o movimento seria finalizar a greve após a saída dos professores e funcionários. Alguns contrários à manutenção da greve defenderam ser mais inteligente suspendê-la durante as férias, para que não esvazie, para voltar com força total em Agosto, consideração rebatida com o argumento de que existem poucas pessoas com condição de manter o movimento em Julho para reforçá-lo em Agosto. Houveram apelos para que se mantivesse a unidade do movimento independente de rivalidades internas.Membros do DCE se posicionavam pelo fim da greve, enquanto grupos de alunos radicais ridicularizavam e desmoralizavam apoiadores do fim da greve.
Professores: um representante da ADUSP interferiu, informando que os professores consideram que houveram ganhos com a greve, que a luta contra a UNIVESP deve ser mantida independente e que os professores votaram pela suspensão da greve.
Destaques:
"A luta não tem férias!"
"Há um boicote ao movimento. Esta greve é um fracasso!"
"Quem não ajuda, não atrapalha!"
"Desde o início a greve se apoiou na confusão. Hoje temos o reflexo da atuação que desmobiliza a juventude. As pautas não mobilizam!"
>Votação:
Antes da votação,foi proposta a adição de uma condicionante a manutenção da greve segundo a qual a reinvindicação de uma estatuinte da USP deveria integrar a pauta. No entanto, por contraste, a proposta foi rejeitada.Antes da votação abriu-se para defesa, contra-defesa e réplica das propostas de manutenção da greve e de fim da greve. Os argumentos não diferiram significativamente dos já expostos nas falas.Pelas 22h00, foi realizada contagem dos votos, nos quais 147 alunos foram contra a manutenção da greve, 150 foram a favor da manutenção da greve, e 1 aluno absteve. Deixamos o espaço antes do final formal da Assembleia.

 

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