terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Texto - "These are their stories"

“These are their stories...”


Lembro perfeitamente de meus primeiros dias de calouro em 2004. Estava muito curioso. Seria a São Francisco tudo aquilo que eu imaginava? Sim. Um sem-número de fatos e eventos que só lá acontecem. Acredite, só na São Francisco. E as conversas de alto nível sobre assuntos interessantes e diferentes. Impactante. Sublime. Sentir-se finalmente inserido num meio em que os outros te compreendem é algo bem estranho. Aliás, logo percebi que naquele lugar tinha muita gente estranha... estranha como eu.
A euforia inicial da faculdade é um tempo mágico, simplesmente a riqueza mais valiosa de seu ano - não ouse desperdiçá-la. Mas ao longo dos meses tudo aquilo foi passando, por culpa da nossa teimosia humana em sempre se cansar daquilo que é rotineiro. A alegria contemplativa dá lugar às sempre infundadas preocupações com estudo. O contentamento se enfraquece ante aos defeitos da faculdade e de seus integrantes. Pronto, lá está você questionando: a São Francisco é o lugar onde os nerds venceram? Pois eu fiz esforço para não me entregar a estes sentimentos, afinal, mesmo em tempos de crise, todo relacionamento merece uma dose de compreensão. E, ao final de 5 anos, descobri o segredo, e muitos foram os meus dias de alegria: sempre que olhei para a São Francisco com bons olhos. Os olhos de calouro. Os olhos mais sinceros. Jefferson Suesdek – Turma 177

Era uma Academia sitiada por tapumes verdes, tomada por redes azuis. Era uma faculdade que ainda não era a romanística “FACVLDADE”. Era um pátio tomado pelo plástico escuro, um canteiro de obras que pareciam intermináveis. Era um cenário de contestações já gastas, de incredulidades que acabaram como piada. Era um cenário de brigas antigas, de mágoas entre partidos, entre entidades. Era ser apresentado às pessoas da política pela “Gazieta”, que era tudo menos gentil. Era o fim de um ciclo, um palpável ar de que o velho em alguns anos iria dar lugar ao novo. Foi perfeito.
Foi ser calouro em 2005 ter festa no Shopping Light, cervejada na pracinha do outro lado da rua. Foi viver fracassos financeiros e sucessos etílicos, como o que ficou conhecido por “Baile do vômito” devido à quantidade de álcool ingerido. Foi tentar conhecer cada uma das entidades, ser do período “integral” na faculdade. Foi ir pros Jurídicos de Piracicaba, inesquecível. Foi ver Roberto Jefferson e Sérgio Mallandro na Sala dos Estudantes, e ver que a diferença entre os dois não era lá tanta assim. Foi sentir a centelha da mudança acender no peito, querer melhorar tanto à si quanto àquele lugar fantástico. Era bom ser calouro. Fabio Gomes dos Santos – Turma 178DI

2006. Como a maior parte dos calouros o encanto e fascínio pela Faculdade foram imediatos, embora ligeiramente limitados pelo medo do novo, medo de entrar numa classe com 120 pessoas completamente estranhas que fariam parte da minha vida ao menos pelos próximos cinco anos.
Felizmente a empolgação de caloura fez crescer um intenso desejo de fazer parte da tradição e da história que inundam a Sanfran, trouxeram desde o começo do ano a vontade de conhecer as mais diversas entidades e participar de cada evento divulgado, fosse qual fosse o enfoque da entidade, de direito internacional a bateria, se eu pudesse convencer algum colega de sala a me acompanhar não havia dúvidas de que eu estaria presente. Aos poucos surgiram os amigos, alguns conquistados em reuniões abertas e debates, outros das inesquecíveis e vagarosas tardes nas Arcadas repletas de descobertas em conversas que nunca deixaram de ser estimulantes.
As aulas, o trabalho dentro da Faculdade, as festas, a convivência com pessoas de diversos anos com histórias completamente diferentes marcaram meu primeiro ano e já no final das aulas eu tomei consciência de que a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco era, e ainda é, mais do que uma mera escola, mas um lar. Carolina Morishita – Turma 179NI*

É impossível conter a nostalgia quando tento me lembrar do meu ano de caloura, em 2007. Afinal, tudo parecia feito daquele encanto que só encontramos em contos de fadas açucarados. Entrei na São Francisco completamente despreparada para o que viria a encontrar aqui – a história fascinante e os amigos fantásticos, perfeitos. Vim a descobrir só depois que nenhum de nós chega aqui lá muito preparado para o ambiente que vai encontrar.
Ao longo dos anos, todos nós caímos na armadilha de deixar para lá o encantamento para vestir um manto de cinismo. Contra a minha turma contou o clima pesado de um ano marcado pelo acirramento das tensões políticas. Caímos todos de pára-quedas em meio a discussões da reforma da grade, da ocupação da reitoria, da ocupação da faculdade... Além de brigas emo(tivas) pelo e-group da sala e de um curso que, para uma parte de nós, decepciona (quem mandou imaginar ursinhos carinhosos dando aulas por aí?!). A despeito disso, as lembranças do meu ano de caloura são marcadas por nada mais que um amor profundo por esse lugar que é escola e lar e abrigo (e templo?) para todos nós. Porque, embora a São Francisco tenha uma parte dos pequenos defeitos e problemas que acabamos por encontrar mundo afora, ela tem um número muito maior qualidades e oportunidades únicas e absolutamente infungíveis (a melhor história, a melhor vida política, as melhores festas e os melhores alunos, obviamente). A todos vocês, agora também meus calouros, desejo que nunca esqueçam isso, para que sua visão nunca seja nublada pelos pequenos desapontamentos cotidianos. Vitória Gushiken – Turma 180DP

Ser calouro em 2008 foi incrivelmente surpreendente. Tive um começo de ano difícil, e muito ingenuamente considerei a faculdade responsável por parte dessa dificuldade. Pouco esperançoso, me limitava à sala de aula e um pouco de distração em eventos pouco interessantes. Mas, ainda bem, sempre dei alguma chance à São Francisco, e ela facilmente me conquistou. Pessoas muito admiráveis que em tempo recorde se tornaram parte de meu mais confiável e querido círculo de amizades, discussões intermináveis no Pátio sobre todos os tipos de assuntos com as mais diversas cabeças, bate-papos em cafés no centro entre/durante uma aula e outra - ou mesmo para cabular o tempo de estudo planejado para as provas -, aulas genialmente inspiradoras e outras revoltantemente inúteis. O cotidiano franciscano me fez apaixonar pela Faculdade e pelo Centro de São Paulo, e cada vez mais me envolveu de maneira irresistível. Certamente a experiência dos calouros de 2009 será bem única, pois houve e continuam havendo mudanças; mas sem dúvida muitos criarão o carinho pela faculdade que seus veteranos têm. Espero que, como eu, estejam sempre se surpreendendo negativa e positivamente com esse ambiente inigualável que é o Largo de São Francisco. Luiz Henrique Reggi Pecora – Turma 181-12.

Calouro, que a sua vida seja tão cheia de experiências quanto os 182 anos da nossa velha academia. Boa história para vocês!
Texto escrito por membros do Grupo Paradigma
http://ogrupoparadigma.blogspot.com/

(*Obs: No texto original divulgado pelo "Jornal do XI" a informção foi redigida errôneamente como "Carolina Morishita - Turma179DI", sendo o correto "Carolina Morishita - Turma178NI".)

Nenhum comentário:

 

Criar site