segunda-feira, 7 de abril de 2008

Texto - Atuação Político - Jurídica

Atuação Político - Jurídica

Que o nosso Centro Acadêmico está longe de ser o que foi não é novidade para ninguém. Apagou-se o nosso papel e a nossa atuação nesse século de revisão das ideologias e de crescente atividade da sociedade civil. Hoje, por mais que doa, somos menos influentes do que uma ONG competente.
A grande questão é a seguinte: como fazer com que possamos ter um papel distintivo na organização social de nosso tempo? Para que encontremos o nosso lugar, é necessário conhecer nosso potencial. O que tem o “XI de Agôsto”, hoje, a oferecer que o distingue de outras organizações civis, movimentos sociais ou qualquer outra forma de associação? Com o que podemos contribuir à sociedade e que outros não podem com a mesma desenvoltura? Que conhecimento detemos que pode ser empregado em alguma mudança efetiva?
A resposta soa como algo quase tão óbvio que foge à vista.
Direito. Direito é o que temos a oferecer. É no universo jurídico que temos ainda alguma influência, um nome reconhecido e respeitado. É por meios jurídicos que podemos atuar politicamente de uma maneira nova. E atuar por meio jurídico não é meramente distribuir petições, interpor recursos. É ajudar a construir um Estado Democrático de Direito na prática, saber lidar com as instituições democráticas com respeito e lutar pelo seu aprimoramento. A idéia não é abrir mão dos meios tidos como tradicionais da política estudantil (como atos e protestos), mas entender que eles são insuficientes para resolver boa parte dos problemas atuais. Nesse mundo onde é difícil compreender como tudo realmente opera, onde boas intenções acabam embrulhadas na burocracia, e a boa-vontade vencida por um chá-de-cadeira, se mostra urgente saber o quê pedir, como pedir e de que forma conseguir. Negociar nos termos certos, sabendo o que pode e o que deve ser feito, pois de meras garantias não efetivadas esse país está cheio.
Fazer isso já é um passo à frente do movimento estudantil atual. Hoje a maioria das entidades representativas ainda usa modelos datados, com estratégias e práticas dos tempos da ditadura. Entretanto, para tristeza de alguns órfãos, os tempos são outros. Hoje certas manifestações são tão comuns e semelhantes que causam mais incômodos do que resultados. Como exemplo, basta apenas observar quantos atos, passeatas e afins ocorrem na Avenida Paulista pelos mais variados motivos sem conseqüências práticas.
Esclareço como somos capazes de algo diferente: Estamos numa Faculdade de Direito. Logo, a proximidade de muitos acadêmicos da área torna fácil conseguir uma opinião “gabaritada”. Muitas pessoas influentes passaram pela Faculdade e o Centro Acadêmico já é, por si, um ótimo cartão de visitas, principalmente frente ao Estado. Possuímos conhecimento prático para a maior parte das demandas, e, quando ainda não o temos, sabemos aonde encontrá-lo.
Também o nosso convívio interno pode ser beneficiado por isso. Abre-se uma nova porta para a participação do aluno no Centro Acadêmico, uma facilidade maior para a comunicação entre o “XI” e seus representados. Estabelece-se uma nova possibilidade para o diálogo entre as entidades, tão tradicionalmente conflituoso, visando um esforço conjunto. Para tornar o “XI” brilhante novamente não há caminhos fáceis. Oportunamente, os meios concretos para atingir os objetivos aqui apresentados serão detalhados. Já se trata, contudo, de um primeiro passo proposto.

Fabio Gomes dos Santos 178 DI
Grupo Paradigma

Um comentário:

Anônimo disse...

O que vcs acham da ocupação da reitoria da UNB?

 

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