segunda-feira, 2 de junho de 2008

Texto - E o V Congresso da USP naufragou...

E o V Congresso da USP naufragou...

O Grupo Paradigma, por meio de seu delegado, acompanhou as atividades desenvolvidas ao longo da semana, disponibilizando em seu blog, http://ogrupoparadigma.blogspot.com, diário das movimentações atualizado constantemente. Agora, desejamos tentar resumir o ocorrido durante essa semana.

Após mais de três meses de preparação entre os três setores, reuniões e assembléias das categorias, mesmo com a semana livre no calendário, o V Congresso da USP acabou sem nunca ter começado.

Logo de início, os estudantes souberam que os funcionários não iriam realmente participar das atividades do V Congresso, devido a não liberação por parte da Reitoria de toda a categoria. Segundo a reivindicação do próprio setor, foi marcada uma Assembléia dos Estudantes a fim de definir qual seria o posicionamento dos estudantes frente ao fato. Os docentes já haviam proposto, por meio do seu órgão de representação (Adusp), que o Congresso fosse convertido em Encontro entre Professores e Estudantes no caso de ausência dos funcionários.

Entretanto, frente à tal realidade, os estudantes decidiram, em Assembléia na noite de segunda-feira, que não havia possibilidade de Congresso ou Encontro sem a presença dos funcionários. Foi aprovada, então, a conversão de toda a programação em uma intensa mobilização dos estudantes, por meio de uma Jornada de Lutas, a fim de pressionar a Reitoria a garantir a liberação dos funcionários para a Realização de um novo Congresso no segundo semestre de 2008.

O novo calendário, com diversos Grupos de Discussão de temas como “Eixos de Poder na Universidade”, “o tripé Ensino-Pesquisa-Extensão”, “Fundações e outras formas de mercantilização do ensino”, e “Financiamento, Acesso, Permanência e Expansão de Vagas” incluía também protestos ao longo de toda a semana, como o Piquete na Reitoria e o Ato conjunto com Docentes e Funcionários das Universidades Públicas de São Paulo, reivindicando melhores salários e políticas de permanência mais efetivas. Sem contar as inúmeras plenárias para decidir os novos passos frente às propostas do Conselho Universitário de utilizar a força policial e abrir sindicâncias contra os estudantes participantes do piquete.

Contudo, o cronograma que se previa aglutinador causou profunda desmobilização ao longo da semana nos estudantes que de modo muito restrito participaram das atividades propostas. Embora os espaços de discussão permitissem propostas interessantes sobre os temas – que serão compiladas em um Caderno de Propostas pelo DCE –, o que realmente deu o tom na semana foi a rivalidade dos partidos políticos, como PSOL, PSTU, PCO e outros, que aparelham o Movimento Estudantil e contribuem de maneira decisiva para a sua fragmentação.

A última Assembléia da semana, na sexta-feira, na qual pela primeira vez os três setores tiveram a oportunidade de dialogar, marcou a grande distância que efetivamente existe em nossa Universidade entre estes setores. Estudantes, Funcionários e Professores realizaram debate difícil cercado por desconfianças, sem alcançar nenhum consenso, nem mesmo sobre os próximos passos que serão dados por um novo Congresso. Assistiu-se à repetição de cenas de desencontro que marcaram o fatídico V Congresso da USP. A latente falta de organização do Movimento Estudantil, seu nefasto aparelhamento e suas conseqüentes brigas partidárias por mera demonstração de força, a ausência de união e diálogo entre os três setores, e os empecilhos impostos pela Reitoria fizeram a nossa Universidade perder uma oportunidade única de debater os seus problemas e tentar solucioná-los.

GRUPO PARADIGMA

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