terça-feira, 16 de junho de 2009

Diário da Greve na Cidade Universitária - Terça-Feira, 16 de junho

Terça-feira, 16 de junho.
Horário de chegada: 17:00
Edifícios Visitados: Reitoria, História, Geografia, Sociais, Letras, ECA

Observações:

> Pela manhã, às 10h, Marilena Chauí e Antonio Cândido deram aula no prédio da História e Geografia, em repúdio à presença da Polícia Militar, em apoio à Greve, defendendo a necessidade de discussões profunda dos temas que a envolvem e de fazer-se divulgar os motivos das reivindicações. O evento contou com presença significativa de alunos.

> Pelas 19h30 ocorreria evento na Geografia organizado pela ADUSP, sob o tema "Os 75 anos da USP e o que queremos para os próximos 25". Por falta de tempo, não pudemos comparecer.

> Não foram avistados nenhum policial militar ou viatura.

> O Ato que sairia da Cidade Universitária e caminharia ao MASP não ocorreu.

> Soube-se antes de nossa chegada que foram realizadas manifestações em frente à Reitoria. No momento em que estávamos presentes, já não havia mobilização alguma. Folhetos de sindicatos, organizações estudantis, e entidades ligadas a partidos políticos estavam espalhados no chão com mensagens de protesto à Reitora Suely Vilela e à PM, de apoio à greve, de apoio à mobilização revolucionária de esquerda.

> Houve relatos de que na quarta-feira, 17 de junho, os grevistas (estudantes e funcionários) teriam entrado no Bandejão da Química, único que permanece aberto devido a terceirização de seus serviços, e impediram o acesso ao restaurante. Os funcionários terceirizados teriam se retirado e a comida teria sido servida aos participantes do protesto até que a empresa responsável fechasse o bandejão. Não se soube de qualquer outro dano, fora o desperdício de parte das refeições.

> Durante o tempo em que estivemos presente, a mobilização estava relativamente inexpressiva. Reuniões e eventos relacionados à Greve foram realizados em algumas unidades. Grande quantidade de cartazes e textos da ADUSP, SINTUSP, e estudantes, com mensagens pró-greve, anti-reitora, defentendo diretas para reitor e contra a PM.
A argumentação continava a mesma, não se apresentando qualquer evolução na discussão.

> ECA: Assembleia
Foi informado que professores de todas as unidades, com exceção da ECA, FFLCH e Educação assinaram uma mensagem de apoio à Reitora.
Um professor e antigo aluno da ECA discursou o crescimento da campanha contra a Reitora Suely Vilela. Teorizando que a organização do Poder no Brasil continua ditatorial mesmo após a democratização, defendeu que a "repressão" na Universidade faz parte da "campanha presidencial" do Governador Serra. Relatou sua experiência no movimento estudantil enquanto estudante (1973 a 1978). Acredita que há uma manutenção da direita no Poder, inclusive na USP, e que após golpes políticos estão hoje "saindo do armário". Neste momento, passa a discutir a política dos últimos reitores, opinando que a Suely Vilela não sabe se expressar e é fraca como representante da direita, e ressalta a existência de pessoas por trás dela muito mais hábeis, citando nominalmente João Grandino Rodas. Aqui, o critica e o responsabiliza pelos acontecimentos "repressivos" que vêm acontecendo na USP (relembrando o episódio de 2007, da Tropa de Choque na Faculdade de Direito do Largo São Francisco), defendendo a importância de participar da manifestação quinta-feira, que sairá do MASP e caminhará ao Largo São Francisco. Num discurso ideológico agressivo, exalta que as últimas medidas contra a Greve é um sinal de que a direita está se sentindo acuada, que toda a questão tem dimensão do Estado de São Paulo, e que os momentos difíceis exigem perseverança

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