quinta-feira, 18 de junho de 2009

Diário da Greve - Quinta-feira, 18 de junho

Quinta-feira, 18 de junho.
Observações:

> Pela manhã, confirmou-se o boato da noite anterior de que se fecharia a Faculdade de Direito, feito sem qualquer aviso a não ser uma carta não assinada fixada em sua porta, com a justificativa de proteção do patrimônio público. Alunos, professores e demais pessoas, que chegavam para a realização de provas ou outras atividades, se concentraram no Largo São Francisco, em sua maioria indignados com tal medida. Ao passar do tempo, foi-se dispersando a concentração, sobrando poucos alunos e funcionários. A Diretoria do Centro Acadêmico não se mostrou presente em nenhum momento ao longo do dia a não ser por um aviso tardio em Informe Eletrônico, com a exceção de eventualmente circular pelo Largo sem se manifestar publicamente.

> Antes do ínicio da passeata passamos no Largo, havia poucos alunos presentes e duas viaturas com 2 policiais militares em cada estacionados nas proximidades. Por volta das 12h15min o número de policiais aumentou para 15 ou 20 reunidos e que passaram a discutir a logística de ação.
> 14h - Nos reunimos ao restante da passeata ainda em frente ao MASP, encontramos os participantes carregando flores, faixas e cartazes com os dizeres "Rodas=Ditadura", "Queremos diálogo", "Diretas para Reitor" e "Fora PM do mundo". Alguns manifestantes estavam fantasiados de monitores de computador em referência ao projeto da UNIVESP. A manifestação contou com a presença do Maracatu da FAU. > Durante todo o trajeto foram panfletados textos da UNE, Fórum das Seis, movimentos sociais e partidos políticos > 14h25min - A passeata se encontrava na esquina da Av. Paulista com a a Av. Brigadeiro Luís Antônio quando 2 garrafas de cerveja foram jogadas da janela de um dos prédios, uma delas atingiu uma manifestante, que foi levada a um hospital, a outra, felizmente, não acertou ninguém. > 15h15 - Chegada ao Largo. Inicia-se uma série de discursos no carro de som, que seguiriam por mais de 2h. Dentre os que discursaram estavam o Professor Fábio Comparato, o Deputado Carlos Gianazzi, o Deputado Ivan Valente e o sindicalista Claudionor Brandão.
> 15h45min - Ocorre breve discussão entre manifestantes e equipe de reportagem da Rede Globo.

> 18h30 Finalizados os discursos, alguns ônibus com a identificação 'sintusp' levaram os manifestantes para a cidade universitária. Alguns manifestantes colocaram fogo num cavalete, atitude que dificultou o fluxo do trânsito (o fogo estava próximo aos carros e o movimento de carros era intenso no Largo São Francisco, dado o horário). Alguns homens da Força Tática surgiram, afastando o fogo e liberando a passagem dos carros, resultando em alguma tensão entre os presentes, porém, sem que houvessem maiores consequências. Houve uma discussão entre os manifestantes, resultado da reprovação de alguns à continudade do tipo de atitude que aquele pequeno grupo vinha tomando.

> Além da citada acima, não foi observado nenhuma conduta desrespeitosa por parte dos manifestantes ou da polícia militar.
> 19 horas: Debate no auditório da Geografia na Cidade Universitária. Os professores convidados foram Luiz Renato Martins (ECA), Pablo Ortellado (FFLCH Filosofia) e Paulo Arantes (FFLCH Filosofia). O auditório encontrava-se cheio, porém não lotado. Os temas de maior recorrência na fala dos três debatedores eram relativos ao Poder da reitoria, principalmente no que tange à escolha do conselho universitário e a desmistificaçã o irreversível do espaço da USP após ação da PM – Universidade tornou-se espaço comum para aplicação da lei e ordem. Vale ressaltar posição de Paulo Arantes acerca desse último tema que levou à pauta o conceito de Estado Oligárquico de Direito. Nesse âmbito estaríamos na dualidade em que por um lado somos regidos pelo sistema Social e Penal e por outro o Ord. Jurídico (Mano dura do Estado).O Professor Luiz Renato Martins focou sua exposição na importância do Sintusp como agente político. Chegou a atribuir o mérito da ocupação da Reitoria de 2007 ao Sintusp, afirmando que os estudantes o fizeram num impulso, sendo o Sintusp quem teria organizado e mantido a ocupação, assim como quem teria encontrado o melhor desfecho quando já não havia mais condições políticas de sua manutenção. Os debatedores terminaram suas falas em torno das 21:30. Logo após, alguns estudantes se manifestaram quando se abriu espaço às perguntas. O que se viu, no entanto, foi a utilização desse momento para exposição de ideias próprias. Uma estudante contestou a posição do Professor Luiz Renato, afirmando que em alguns momentos o Sintusp passou por cima da organização estudantil. Retiramo-nos nesse contexto em torno das 22:15 com a plateia já bem esvaziada.

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